Banzeiro: a cozinha manauara do chef Felipe Schaedler chega a São Paulo

Bun recheado com lascas de (coquinho) tucumã e queijo coalho

Em tempo tão tristes para a Amazônia – a maior floresta tropical do mundo vem sofrendo com desmatamento intenso e imensas queimadas, muitas delas criminosas, além de invasões de terras indígenas por garimpeiros e madeireiros – , São Paulo ganha um restaurante que homenageia não apenas a biodiversidade da floresta, como também a gastronomia de Manaus. O Banzeiro, que acaba de abrir as portas no Itaim, é filial da casa de mesmo nome, instalada na capital do estado do Amazonas.

Entrada obrigatório no Banzeiro: iscas de pirarucu empanadas em farinha uarini e servidas com aioli de tucupi defumado (R$ 28).

Com cozinha comandada pelo chef Felipe Schaedler – também está a frente da matriz -, o Banzeiro foca seu menu nos sabores intensos dos peixes de rio, nas frutas, cogumelos e castanhas amazônicas. Principais estrelas, o pirarucu e o tambaqui aparecem tanto em pratos principais como nas entradas, caso da deliciosa porção de iscas de pirarucu empanadas em farinha uarini, servidas com aioli de tucupi defumado (R$ 28).

 

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Por falar em entrada, foi uma delas que mais se destacou entre tudo o provei: bun (macios pãezinhos chineses cozidos no vapor) recheado com lascas de (coquinho) tucumã e queijo coalho (R$ 12, unidade). Há também Croquetes de tambaqui (R$ 20), camarão na brasa com pirão de tucupi (R$ 35) e pirarucu curado no missô servido com farinha uarini, castanha do pará fresca, que tem sabor parecido ao de coco, e pimenta de cheiro (R$ 38), entre outros.

Arroz cremoso de cogumelos Yanomami com queijo de cabra e ovo perfeito (R$ 61)

Os pratos clássicos do cardápio manauara estão na filial paulistana, caso do matrinxã (peixe de rio de sabor potente) inteiro assado, recheado com farofa de banana, vinagrete e baião de dois com feijão manteiguinha. Custa R$ 129 e serve bem duas pessoas.

Costelas de tambaqui, baião de dois com feijão manteiguinha e tartar de banana (R$ 64) do Banzeiro São Paulo

As famosas costelas de tambaqui também marcam presença: duas unidades (sim, apenas) são dispostas sobre baião de dois ladeado por tartar de banana (R$ 64). Para quem não curte peixe tanto assim, uma das sugestões é o pato no tucupi, servido com arroz cremoso de legumes na brasa (R$ 65).

Pannacotta de castanha do pará fresca, gel de coco e farofa de castanha (R$ 22), finalizada, à mesa, com puxuri

A parte vegetariana no menu conta com quatro pratos. Fui de arroz cremoso de cogumelos Yanomami com queijo de cabra e ovo perfeito (R$ 61) e não me impressionei: servido numa panela funda de ferro, trazia menos da metade da porção do prato do meu acompanhante, a costela de tambaqui, e ostentava rolinhos de abobrinha que em nada agregaram em sabor ou textura.

Bolo de macaxeira com toffee de cumaru

Entre as sobremesas, diminuto bolo de macaxeira com toffee de cumaru (R$ 18) e pannacotta (com consistência de creme…) de castanha do pará fresca, gel de coco e farofa de castanha (R$ 22), finalizada, à mesa, com excesso de puxuri: por ser intensamente aromática, essa especiaria rouba a cena de tudo se não for usada de forma comedida.

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