Casa Nero: excelentes carnes e hambúrgueres no carvão

ESTABELECIMENTO FECHADO

Feito na grelha, o Nero Burger leva 180 gramas de Kobe, picles e catchup caseiros, cebola e tomate (R$ 29) e é acompanhado por batatas fritas e maionese

Os empreendimentos do Grupo Chez – Chez Lorena, Chez MIS e Bar Secreto – são sucessos incontestáveis:  cheios todos os dias, cozinhas afinadas focadas em pratos descomplicados/saudáveis/comfort e bem executados, ambientes bem projetados e decorados, garçons moderninhos e bonitos, clientela rica e/ou famosa e/ou cool. O mais novo integrante da família é o Casa Nero, instalado no mesmo imóvel do breve-e-já-finado Chez Burger. Digamos que a lanchonete tenha passado por uma metamorfose completa e, além dos hambúrgueres, agora serve também cortes de carnes uruguaias e argentinas feitos na grelha a carvão. Mais uma vez, o responsável pelo menu é o chef Leo Botto.

Para começar, porção de coração de galinha e os insanamente bons bolinhos de purê de aipim fritos

O cardápio é conciso e não precisaria ser maior: ali estão excelentes opções de entradas e pratos principais a preços bem razoáveis. Outro ponto positivo – e como! Nas duas visitas que fiz, todos meus pedidos estavam bons pacas. Todos, o que é muito raro. E olha que um dos amigos que me acompanhava – e elogiou um bocado- entende de comida como poucos e é ABSOLUTAMENTE exigente e brutalmente sincero.

Batatas doce assadas e fritas, acompanhamento à a carte para os cortes de carne

Comece pela ótima porção de coração de galinha marinado com chimichurri, cebola roxa e casca de limão siciliano (R$ 12) e coma vários do insanamente gostoso Bolinho de purê de aipim (R$ 12, 6 unidades). Parecido em formato e textura com uma polenta frita, tem interior cremoso e crosta externa finíssima e crocante de maneira quase genial. Tipo de comida que provoca sorriso involuntário.

Vacio (300 gramas), em ponto e texturas perfeitas, com arroz do chef; ótimo frango caipira desossado com salada de batata doce

Digno de elogios inflamados tanto o Cheese burger (160 gramas)-  com fina fatia de bom gruyère, relish de pepino e cebola confitada, acompanhado de batatas fritas sequinhas e maionese caseira (R$ 24)- quanto o parrudo Nero burger – feito com Kobe criado no Brasil (180 gramas),  picles artesanal, cebola, catchup caseiro e tomate na grelha (R$ 29) e também escoltado por batatas fritas e maionese caseira. Um detalhe que me ganhou: o pão aquecido na grelha.

Costelinhas de porco

Então, uma das melhores carnes que comi nos últimos tempos. Sério, mesmo. Maciíssimo/amanteigado, exterior com o sabor inconfundível e delicioso dado pelo carvão, interior avermelhado, textura que é praticamente um cafuné na língua: esse foi o meu Vacio (300 gramas, R$ 42). Perfeito. Para acompanhar, arroz do chef (R$ 8), feito com arroz agulinha bio dinâmico cozido em alho, cebola, tomate, brócolis grelhado, mandioca frita e pimentas. Provamos também o suculento e bem temperado Frango caipira na brasa (R$ 32) com salada de batata doce com maionese e cebola roxa (R$ 12): dupla encantadora.

Ambiente de decoração à la taberna medieval do Casa Nero: escuridão angustiante

No almoço do dia seguinte foi a vez da costela de porco na grelha (R$ 34)- marinada por cinco dias em um molho especial a base de vinho branco, limão, alho, água e temperos- de boa execução e toque tostado/amadeirado muito interessante, apesar de ter sentido falta de maior umidade na carne. O acompanhamento foi porção de batata doce assada e frita (R$ 12), saborosa porém um tiquinho oleosa.

Para terminar, nos dois dias comi a delícia de Creme de papaia (R$ 12) cremosão, feito com sorvete de baunilha e com textura de mousse, coroado por granita de cassis. Tem também doce de leite com queijo fresco (R$ 12) e Pudim de leite (R$ 10).

Delícia de creme de papaia – cremoso pacas, parecido com mousse- acompanhado de granita de cassis

Agora, um imenso “porém”: porque diabos a iluminação é tão baixa? Tudo bem que a decoração parece ter sido inspirada em taberna/castelos medievais, com suas pesadas portas de madeira, velas e correntes, mas hoje em dia temos luz elétrica…. Faz parte do contexto “estamos em 2012” e não deixa o projeto menos bacana ou impactante. Para se ter uma ideia da escuridão, é quase impossível enxergar o próprio rosto no espelho do banheiro – isso sem falar na impossibilidade total de ver a cor da comida ou suas texturas (aliás, perdoem-me pelas fotos ruins do post). Estúpido e altamente irritante essa moda “refeição-apagão”. Reservem a luz infinitamente baixa para os momentos pré-coito e me deixem apreciar o que está no meu prato, pelamor!

P.S.: ALGUNS AMIGOS FORAM RECENTEMENTE A CASA NERO E ME RELATARAM ERROS GRAVES NO HAMBÚRGUER, QUE FOI SERVIDO SECO E SE DESFAZENDO. ENTÃO, REDOBRE O PEDIDO DO PONTO DO SEU PARA TENTAR EVITAR DESGOSTOS.

Casa Nero: Alameda Lorena, 2101, Jardim Paulista, tel.: (11) 3062-8743

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