Sakagura A1: comida japonesa para compartilhar (a preços razoáveis)

Croquetes de okara, resíduos da fabricação do leite de soja: crocantes e de sabor sutil

O Sakagura A1 mal abriu e já é um dos restaurantes japoneses mais comentados da cidade. Aliás, mesmo antes de abrir estava em todos os sites: o soft opening foi bem frequentado. O motivo de tanto fuzuê  é seu chef/proprietário, o respeitadíssimo sushiman Shin Koike, que ganhou prestígio ao comandar o minúsculo A1, que funcionava no Top Center. Desde 2009 está a frente do caro e excelente Aizomê. Mas pra que abrir outra casa, da mesma culinária? Por que a intenção de Koike no Sakagura A1 é servir comidas para compartilhar, aquelas para colocar no centro da mesa e degustar com calma, enquanto se conversa com amigos e se toma saquê (o menu da bebida, aliás, foi feito pela especialista Ana Toshimi Kanamura, proprietário do finado Itigo Sake House, nos Jardins).

Sushi de buri com foie gras; asinhas de frango recheadas com a mistura de carne de porco usada para rechear guioza

Entre os compartilháveis estão o Kit Sakagura (com cinco tipos de petiscos japoneses que variam; R$ 20), os crocantes e sequinhos croquetes de okara (resíduo proveniente da fabricação do leite de soja; R$ 14), o tempurá de camarão com molho de maionese picante (R$ 19), o macio ban (pão branco e macio, meio chicletento, típico da China) recheado com costelinha ao curry (existe também com panceta curada na casa, R$ 23,80; de tonkatsu, R$ 22,30; de frango teriyaki, R$ 24,50), harumaki de rabada (R$ 22), porção de edamame (R$ 14), entre outros. Caso você não tenho notado, outra característica marcante do Sakagura A1 são os preços, bem mais razoáveis que o de seus concorrentes; dá para jantar (sem bebidas), gastando cerca de R$ 80/pessoa. Numa boa – se você não decidir comer só sushi e sashimi, claro.

Bun (pãozinho típico chinês) recheado com costelinha tropical (leva marinada em curry japonês e um toque secreto do chef)

Não saia de lá sem provar um dos pratos icônicos de Shin, a rabada ao curry (R$ 30,50), acompanhada de gohan e salada de repolhos roxo e branco. De sabor intenso mas não pesado, o curry é levemente picante, com fundo cítrico, e fica absolutamente delicioso misturado ao arroz – só falta um ovo de gema mole. Pra mim, claro, que amo gema mole em qualquer molho a base de carne. Ao contrário da delícia da rabada, a porção de asinhas de frango recheadas com guioza (com o porco do recheio do guioza, pra ser mais exata; R$ 20), vieram com pele mole, a gordura gritando “Oi oi oi”. E meu estômago deu uns gritos depois, também.

Salão inferior do Sagakura A1; detalhe da parede entre salões; bar do salão superior

No balcão frio, quem prepara delicadezas como o sushi de buri com foie gras (R$ 26, dupla), de enguia (R$ 26, dupla), de uni (R$ 24; uni são ovas de ouriço), é Katsuhiro Kobayashi, japonês recém-chegado de Sapporo, e Celso Hideji Amano, ex-Aizomê.

Rabada ao curry: excelente

Entre as sobremesas, interessante a gelatina (kanten) de abóbora kabotcha com bom sorvete de chá verde (R$ 16). Só não senti o sabor da fava tonca, nosso cumaru – chamada de baunilha brasileira- como prometia a descrição dos ingredientes.

Ah, sim: o lugar é lindo e tem decoração inspirada no Japão dos anos 20.

Sakagura A1: Rua Jerônimo da Veiga, 74, Itaim Bibi, tel: 3078-3883

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